Ações para fortalecer a segurança portuária são destaque no 5º ENAPH


A discussão de estratégias para aumentar a segurança nos portos foi tema de um dos painéis do 5º ENAPH (Encontro Nacional de Autoridades Portuárias e Hidroviárias), nesta quarta-feira (9). O evento é uma realização da ABEPH em parceria com o Grupo Brasil Export.

Com o tema “Iniciativas para Ampliar a Segurança nos Complexos Portuários”, o painel contou com a participação de Cleverton Elias Vieira, presidente do Porto de São Francisco do Sul; Jardel Silva, presidente da Companhia Docas do Pará; e Marcelo João da Silva, presidente Conportos. A mediação foi feita pela diretora executiva da ABEPH, Gilmara Temóteo.

Cleverton destacou que, apesar de o Porto de São Francisco do Sul ter sido o que mais cresceu no comparativo entre 2022 e 2023 (34%), ainda enfrenta desafios devido à ausência da Declaração de Cumprimento, a certificação internacional de que o porto atende a todas as exigências de segurança.

Ele mencionou que há um ano e meio o porto tem buscado a retomada da certificação, com um investimento de R$ 25 milhões para cumprir todas as normativas, especialmente no campo da tecnologia, segurança das instalações, das pessoas e das cargas. Vieira também ressaltou a importância de mudar a cultura interna do porto e dos stakeholders da comunidade portuária.

“Transformar a segurança portuária em um ativo essencial da nossa operação é o nosso grande desafio”, pontuou.

O presidente da Conportos, Marcelo João, concordou com Vieira e afirmou que a segurança portuária é um desafio de âmbito nacional.

“Até pouco tempo, a certificação de segurança dos portos públicos era tratada como uma questão secundária, sem o acompanhamento das altas gestões. Graças a iniciativas como as da ABEPH, ao trabalho da Conportos e à sensibilidade das autoridades portuárias, esse tema hoje está sob o olhar da alta administração, o que nos permite enfrentar esses desafios”, afirmou.

Jardel Rodrigues da Silva destacou os investimentos realizados na Companhia Docas do Pará voltados à segurança portuária.

Rodrigues enfatizou que os complexos portuários são áreas estratégicas, e garantir a segurança nesses ambientes “é crucial para proteger as operações, as cargas e os trabalhadores, além de prevenir atividades ilegais, como tráfico de drogas e contrabando”.

Ele também pontuou sobre a importância do uso da tecnologia no monitoramento dos portos.

“Hoje, não é possível fazer monitoramento eficaz apenas com recursos humanos; é preciso usar tecnologia de ponta. Em um ano e dois meses, atualizamos nosso sistema de monitoramento com câmeras térmicas de alta tecnologia e adquirimos drones de alta autonomia, que, em conjunto com o sistema de câmeras, permitem uma vigilância contínua e eficiente das amplas áreas do nosso porto, prevenindo sinistros”, concluiu.